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Olhares críticos para a Semana de 22

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Texto por Iago Ramon Möller No artigo “Consagração da Semana de 22 impôs falsa ideia de que São Paulo foi o berço do modernismo”, Luís Augusto Fischer propõe, em texto crítico e recheado de sarcasmo, uma revisão do evento cujo centenário é celebrado este ano.  Trata-se de uma revisão que, apesar de não ser nova, parece não ter repercutido o bastante mesmo no círculo acadêmico. Enquanto isso, como reforça o autor, permanece a ideia equivocada de que o modernismo paulista foi o grande responsável por inaugurar “a vida inteligente no Brasil, contra o conservadorismo ou o reacionarismo empedernido e unânime dos cariocas e de todo o resto do país”.  Esta reverbera como a grande crítica à mitificação da Semana de 22: à medida em que foi estrategicamente recuperada e consagrada a partir da década de 70, colaborou para o apagamento de uma extensa produção artística que acontecia não só no Rio de Janeiro, mas também fora do eixo Rio-São Paulo.  E se deslocarmos o centenário da Semana de Arte Mo

Exposição de cerâmica com Leonardo Ternus e Martina Berger

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Texto de Joana Martins Kuhn Do dia 22 de fevereiro até o dia 25 de março, esteve aberta para visitação uma exposição interessantíssima com dois artistas da região: Leonardo Ternus e Martina Berger. Apesar de os dois trabalharem com a cerâmica, suas técnicas e poéticas são bastante diferentes e únicas. Martina trabalha muito com o esmaltado e com a pintura para criar obras delicadas e lúdicas que dialogam com a infância e a simplicidade - pequenas casinhas, pássaros, animais -, todas muito coloridos e interessantes, as quais nos remetem a uma poética que quase nos convida a brincar. Já Leonardo trabalha muito com o torno, instrumento que permite peças simétricas (ou não), como vasos, pratos, luminárias. Além desta técnica, o artista utiliza uma tradição milenar de queima chamada raku, tradicional do japão, que produz efeitos únicos em suas peças, como rachaduras, linhas e cores.  Outra técnica que podemos conferir na exposição são as incríveis colorações criadas a partir de elementos qu

Exposição: Centenário Zuzu Angel

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Texto por Bruno Eduardo da Silva No Dia Internacional da Mulher (8 de março), o grupo de bolsistas do programa PET, juntamente com a professora coordenadora Claudia Schemes, visitou a exposição Zuzu Angel no Museu Nacional do Calçado, localizado no Campus 1 da Universidade Feevale. A exposição foi elaborada pelos acadêmicos do Curso de Moda da mesma universidade em parceria com o programa PET.  A proposta foi criar roupas utilizando os modelos da estilista Zuzu Angel e elaborar um projeto expográfico inclusivo, para que deficientes visuais também possam visitar e interagir com a exposição. Para isso, cada aluno, além de colocar texturas diferenciadas nas roupas, acrescentou QR Codes com links de áudio-descrição para cada peça. A exposição ainda conta com fotos e cartas da estilista, falando sobre o sequestro do seu filho Stuart por agentes ligados ao governo.  Zuzu, na época uma figura pública e reconhecida, tornou-se uma inspiração. Em seus desfiles, começou a elaborar peças em protes

Encontro de 8 de março de 2022: Exposição “Formandos 2021/01 Artes Visuais”, de Felipe Negre Delgau, Griseldes Elisabet Eidt Vieira e Cleberson Almeida dos Santos

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No dia 8 de março de 2021, no encontro do Programa de Educação Tutorial (PET) Interdisciplinar Feevale, visitamos a exposição “Formandos 2021/01 Artes Visuais”, que aconteceu na Pinacoteca da Feevale no Câmpus I.  A exposição mostra o desenvolvimento dos acadêmicos do curso de Artes Visuais durante o Trabalho de Conclusão de Curso. Cada artista criou suas obras utilizando diferentes técnicas e materiais. 

Show da banda Rock de Galpão anima pública da Calourada no Teatro Feevale

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  Por Iago Ramon Möller No ano em que a Rock de Galpão, banda cuja proposta é trazer uma roupagem roqueira para a música regional do Rio Grande do Sul, completa seus 15 anos de estrada, o DCE Feevale abraçou a oportunidade de trazê-los para "reinaugurar" o Teatro Feevale, que não oferecia shows em formato presencial desde o início da pandemia. O show, que rolou na noite do dia 17 de março de 2022, fez parte da agenda de eventos da Calourada. O eventou contou com uma plateia relativamente pequena mas empolgada para ouvir canções como "Castelhana" e "Eu sou do sul" recheadas de riffs de guitarra e linhas de bateria entusiasmadas. A gaita, instrumento típico da nossa cultura, não poderia ficar de fora, ocupando um lugar central nos arranjos criados pela Rock de Galpão. Mais do que apresentar grandes sucessos da nossa música, a banda compartilhou com o público três canções inéditas que estarão em um material autoral a ser lançado este ano, duas delas escritas

Quem foi Zuzu Angel?

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Escrito por Joana Martins Kuhn Neste semestre, no PET Interdisciplinar FEEVALE, vamos estudar sobre Zuzu Angel, uma figura brasileira importantíssima dos anos 60 e 70. A época era marcada por um forte conservadorismo e pela ditadura militar. As mulheres eram alvo de diversas opressões e isso permeava também o campo da moda, onde só ganhavam prestígio os costureiros e estilistas, enquanto as costureiras eram consideradas mera mão de obra. Zuzu Angel conseguiu romper essa barreira e criar algo sem precedentes. Zuzu nasceu em 1921, no Mato Grosso, e se mudou para Belo Horizonte, onde começou sua vida como costureira, fazendo uniformes como voluntária. Logo, transformou a atividade em profissão e criou modelos com tecidos diferenciados, como sua saia Balonê, que virou moda entre a elite. Depois, se mudou para o Rio de Janeiro e abriu seu próprio ateliê de costura: Zuzu Saias, nomeado assim por ser sua peça de roupa preferida. Suas peças tinham elementos folclóricos, principalmente na escol

Encontro de 29 de junho de 2021: “Eu sou respeito”

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Texto por Bruna Camassola No dia 29 de junho de 2021, o PET Interdisciplinar recebeu o convidado Alex Ramirez, fotógrafo, professor universitário formado em Comunicação Social, mestre em Design e doutorando em Processos e Manifestações Culturais, para apresentar a campanha intitulada “Eu sou respeito”. A ideia para a elaboração da campanha nasceu do episódio de intolerância e de falta de compreensão das diferenças que fez com que a exposição Queermuseu: Cartografia da Diferença na Arte Brasileira fosse antecipadamente cancelada em 2017. A campanha surgiu como um projeto promovido pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão/RS, do Ministério Público Federal, e teve, como parceiro, o Centro Universitário Metodista IPA. O objetivo da campanha é desenvolver ações, eventos e debates com o objetivo de promover reflexões acerca das violências ligadas ao gênero, à intolerância, aos preconceitos, ao racismo e aos discursos de ódio.