Olhares críticos para a Semana de 22
Texto por Iago Ramon Möller
No artigo “Consagração da Semana de 22 impôs falsa ideia de que São Paulo foi o berço do modernismo”, Luís Augusto Fischer propõe, em texto crítico e recheado de sarcasmo, uma revisão do evento cujo centenário é celebrado este ano.
Trata-se de uma revisão que, apesar de não ser nova, parece não ter repercutido o bastante mesmo no círculo acadêmico. Enquanto isso, como reforça o autor, permanece a ideia equivocada de que o modernismo paulista foi o grande responsável por inaugurar “a vida inteligente no Brasil, contra o conservadorismo ou o reacionarismo empedernido e unânime dos cariocas e de todo o resto do país”.
Esta reverbera como a grande crítica à mitificação da Semana de 22: à medida em que foi estrategicamente recuperada e consagrada a partir da década de 70, colaborou para o apagamento de uma extensa produção artística que acontecia não só no Rio de Janeiro, mas também fora do eixo Rio-São Paulo.
E se deslocarmos o centenário da Semana de Arte Moderna do lugar da mera celebração para, ao invés disso, lançarmos um olhar mais atento e crítico aos eventos do modernismo paulista e sua repercussão ao longo dos cem anos seguintes?
Nessa perspectiva, o texto de Fischer figura como um convite para, como o autor sugere, possibilitar que “outras vozes de 1922 tenham o direito de aparecer para nossa leitura, no presente”.
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