Wellington Rafael Balém e as autobiografias egípcias do Egito Antigo
Por Iago Möller e Medellin Silva

Esse breve passeio por um período situado há cerca de quatro mil e quinhentos anos foi o suficiente para deixar claro o quão pouco se sabe sobre aquela sociedade. Durante a exploração da cultura e das estruturas sociais e políticas dos antigos egípcios, tanto dos reinos mais antigos e esquecidos como dos mais novos e bem-documentados, uma figura singular foi apresentada à turma: Weni, o velho.
Ao que indica sua biografia, Weni viveu durante a Quarta Dinastia e sobreviveu a quatro reis (de Teti a Merenra I) trabalhando como oficial da alta hierarquia e cercando-se sempre da coroa e de seus apoiadores até a data de sua morte, aos 70 anos de idade. Mesmo não sendo um nobre, ele conseguiu se inserir na história egípcia ao executar várias funções que lhe garantiram a autoridade e o o poder necessários para adquirir um privilégio incomum: uma tumba para seu corpo, na qual foi gravada sua biografia.
Ao apresentar a análise do conteúdo desse registro, que inclui relatos aparentemente exagerados de feitos em vida, improváveis sequências de campanhas militares impecáveis e uma suposta relação profunda e recíproca de afeto com o rei, o trabalho levanta alguns dos principais problemas em relação ao estudo desses documentos.
O estudo também parece esclarecer como o “capital social” de Weni permitiu-lhe desdobrar-se através do seu tempo de vida em busca da grandeza pessoal e, por fim, revela o caráter místico desse tipo de registro e as relações sociais que envolvem, por exemplo, a construção de uma tumba e a gravação na pedra.
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