Wellington Rafael Balém e as autobiografias egípcias do Egito Antigo

Por Iago Möller e Medellin Silva

O que ainda é preciso descobrir sobre o Egito Antigo? Talvez muito mais do que se imagina! No dia 12 de abril de 2018, uma quinta-feira, os alunos da Universidade Feevale tiveram a oportunidade de conhecer, durante a aula inaugural do curso de História, o trabalho de Wellington Rafael Balém. O professor, que é mestre em História pela UFRGS e licenciado em História pela UCS, apresentou aos estudantes ali presentes sua investigação sobre as autobiografias egípcias do Egito Antigo. 

Esse breve passeio por um período situado há cerca de quatro mil e quinhentos anos foi o suficiente para deixar claro o quão pouco se sabe sobre aquela sociedade. Durante a exploração da cultura e das estruturas sociais e políticas dos antigos egípcios, tanto dos reinos mais antigos e esquecidos como dos mais novos e bem-documentados, uma figura singular foi apresentada à turma: Weni, o velho. 

Ao que indica sua biografia, Weni viveu durante a Quarta Dinastia e sobreviveu a quatro reis (de Teti a Merenra I) trabalhando como oficial da alta hierarquia e cercando-se sempre da coroa e de seus apoiadores até a data de sua morte, aos 70 anos de idade. Mesmo não sendo um nobre, ele conseguiu se inserir na história egípcia ao executar várias funções que lhe garantiram a autoridade e o o poder necessários para adquirir um privilégio incomum: uma tumba para seu corpo, na qual foi gravada sua biografia. 

Ao apresentar a análise do conteúdo desse registro, que inclui relatos aparentemente exagerados de feitos em vida, improváveis sequências de campanhas militares impecáveis e uma suposta relação profunda e recíproca de afeto com o rei, o trabalho levanta alguns dos principais problemas em relação ao estudo desses documentos. 

O estudo também parece esclarecer como o “capital social” de Weni permitiu-lhe desdobrar-se através do seu tempo de vida em busca da grandeza pessoal e, por fim, revela o caráter místico desse tipo de registro e as relações sociais que envolvem, por exemplo, a construção de uma tumba e a gravação na pedra.

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