Professor da Universidade de Coimbra ministra Conferência sobre as Perspectivas da Educação ao longo da vida na Universidade Feevale
Por Patricia Schneider
Na terça-feira do dia 18 de setembro de 2019, a Feevale recebeu o professor Joaquim Luís Medeiros Alcoforado para ministrar uma palestra sobre “Perspectivas da Educação ao longo da vida”. Doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Coimbra e professor na faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação no mesmo instituto, atua como investigador do Grupo de Políticas Educativas e Dinâmicas Educacionais (GRUPOEDE), coordenando o mestrado em Educação e Formação de Adultos e Intervenção Comunitária. Sua visita se deu por convite dos programas de pós graduação em Diversidade Cultural e Inclusão, Manifestações Culturais, do curso de Psicologia e da Associação de Escolas Superiores de Formação de Professores do Ensino (Aesufope).
Aborda em seu discurso os seguintes tópicos: educação ao longo da vida em diferentes espaços: perspectivas históricas e teóricas; novos espaços de vida e novas perspectivas educacionais; implicações para a investigação e a (re) construção de políticas e práticas. Inicia sua fala questionando quem são os destinatários da educação, elucidando que a educação deve ser para todos e por toda a vida.
Alerta que a expectativa de vida dos brasileiros aumentou e o número de idosos em nosso país é cada vez maior. Com o aumento da tecnologia e a rapidez em que o mundo se transforma, aquele que após a adultez não recebe educação, sendo essa formal ou informal, em pouco tempo corre o risco de ficar alheio a sociedade a qual pertence, em uma realidade de extinção significativa de profissões que se tornaram obsoletas e a criações de novas ocupações, até então impensadas. Segundo Alcoforado, a solução para tal questão está em uma educação prolongada por toda a vida, uma vez que o conhecimento evolui, os métodos tecnológicos se atualizam e os países mudam seus sistemas econômicos, a educação prolongada só se faz favorável ao desenvolvimento social, econômico e cultural da nação.
Outra questão levantada pelo professor é no que tange a forma deste ensino, que, segundo ele, deve relacionar a teoria com a prática, correndo o risco de criar analfabetos funcionais. Para ilustrar essa situação nos conta uma estória: estava ele em uma palestra com professores de diversas áreas, português, matemática, ciências, e relatou a eles sobre uma escola que ensina seus alunos a nadar, porém não tinha piscinas. Questionado pelos professores como isso era possível ele respondeu que ensinavam aos alunos os movimentos da natação, a forma que deveriam respirar, os equipamentos necessários e assim os ensinavam a nadar sem água. Em meio de muitas risadas dos docentes Alcorado pergunta: vocês sabem quem são esses professores? Ao que para espanto da plateia ele responde, “pois são vocês”, que ensinam matemática, mas não como aplicá-la, que ensinam ciência apenas por meio de fórmulas ou as regras da gramática sem uma utilização prática.
Outro desafio a ser vencido pela escola contemporânea, nos diz Alcorado, é o de proporcionar aos alunos autoconhecimento, afinal é a pessoa que aprende e essa precisa saber como aprende, o que gosta de aprender e o que desse aprendizado utilizará para a vida. Ensinar a conhecer-se é tão importante quanto qualquer outro aprendizado vinculado as áreas de conhecimento, pois, diz o doutor em educação: “a escola além de me permitir saber, deve me dar segurança para buscar informação” e isso só é possível a partir de uma educação contextualizada e integral.
Comentários
Postar um comentário