As linhas que cruzam o sexo e a religião
Para você que gosta de
entender a raiz dos problemas polêmicos que perturbam as sociedades atuais,
indicamos o livro Sexo e Religião: Do baile de virgens ao sexo sagrado
homossexual, de Dag Øistein Endsjø, um estudioso
norueguês dedicado ao estudo das civilizações e professor de estudos religiosos
da Universidade de Bergen.
O livro aborda os diversos “problemas” que a sexualidade encontra ao se
cruzar com a religião, trazendo
um estudo extenso e provocante sobre a variedade de concepções religiosas acerca da sexualidade, partindo das grandes religiões – o Cristianismo, o
Judaísmo, o Hinduísmo, o Islamismo e o Budismo – e, estendendo-se às seitas
modernas e religiões extintas, ele desvenda a moral sexual presente em cada uma
dessas cosmovisões, escrito
com base nos textos religiosos, em registros históricos e em dados estatísticos
de pesquisas, nos quais Dag nos convida a refletir sobre temas polêmicos como a
homossexualidade, o estupro, o incesto, a prostituição, a masturbação, a
pedofilia e o racismo sexo-religioso.
De forma imparcial, a escrita do autor analisa a origem dessas religiões, mostrando-nos que a visão de sagrado,
estruturada em comunidades católicas e cristãs, podem não coadunar com o pregado
pelo hinduísmo ou pelo judaísmo, e que o profano pode ser estabelecido,
conceitualmente, por pequenos detalhes.
O fascinante desta obra está justamente em questionar consensos, nos quais o autor afirma categoricamente
não haver base religiosa para tais conclusões perpetuadas até hoje em grupos
religiosos. E termina lembrando-nos que há três
conceitos que, ao menos na realidade de um mundo democrático, precisam ser
sempre considerados: livre-arbítrio, consentimento e respeito mútuo. Quando
tais princípios são levados em conta, dá-se ao indivíduo o direito de decidir
até que ponto ele será ou não governado por códigos de conduta sexo-religiosa e
não teremos como determinante o fenômeno de que alguns possam controlar a vida
sexual alheia.
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