Sentimentos

Muito se fala sobre sentimentos em revistas, jornais e, sobretudo, nas redes sociais. A verdade é que falar sobre esse assunto nem sempre é algo fácil e esclarecedor, o faz com que, frequentemente, se caia na superficialidade quando esse assunto aborda a compressão de nossa experiência de vida. Carl Rogers, teórico da Psicologia, acredita que entendê-los é um esforço que pode levar uma vida inteira, o que quer dizer que raramente temos controle total do que se passa conosco. Sendo assim, como conseguimos passar tanto tempo sem entender o que ocorre com a gente?

Sentimentos são entendidos como algo interno da pessoa, e que é compreendido por um conjunto de emoções, tendo como característica a sua estabilidade por um tempo maior comparado às emoções. Isso quer dizer que sentimentos e emoções são coisas diferentes, apesar de estarem associadas. As emoções são breves, têm referência a algo externo com origem numa causa, possuem indicadores de expressões faciais e percepção do que se está passando, como raiva, alegria, nojo, etc. Já os sentimentos, não têm causa imediata, são menos observáveis, de menor intensidade e de longa duração. Dessa forma, sentir emoções significa ter sentimentos e vice-versa.

Os nossos sentimentos têm como função avaliar a qualidade e o valor específico das situações/envolvimentos para cada pessoa, sendo responsáveis por nos levar a um conflito ou a realizar algo almejado. No entanto, esses sentimentos podem resultar em sintomas de uma doença mental. Por vezes eles são tão potentes ao ponto de necessitarmos o auxílio de algum profissional, de modo que essa compreensão seja facilitada e consigamos levar a vida de modo mais saudável e coerente conosco. Isso ocorre, muitas vezes, por causa da banalização e do hábito de negligenciar esse envolvimento intrínseco.

As possibilidades de reflexão podem ser fortes contribuintes e aliadas da compreensão de nossos sentimentos, o que possibilita enfrentá-los da maneira adequada conforme o entendimento de cada um. Para isso, é importante não perder o sentido do que se está fazendo e estar sempre em contato consigo, de forma a ampliar os pensamentos e facilitar o sentido do que se está fazendo. 

Texto: Gilson Leonardo Barth 

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