Jogo da vida: estamos aqui para acertar ou para brincar?

Reflexão escrita a partir da obra "Gente que mora dentro da gente", de Patricia Gebrim

Se você prestar atenção, vai perceber que somos estimulados, desde que nascemos, a viver como se a vida fosse uma espécie de vestibular. Vivemos como se precisássemos acertar sempre para garantir um diploma com o carimbo de "aprovado" ao final.

Mas será que precisa ser assim? E se a vida for um grande jogo cósmico, montado para que possamos aprender coisas novas enquanto nos divertimos? E se cada situação vivida for uma oportunidade de aumentar nossa sabedoria? E se não estivermos aqui para acertar tudo, e sim para fazer experiências e aprender com elas? E se a peça principal deste jogo fosse nossa capacidade de fazer escolhas? 

Pense nas suas escolhas! A vida que você vive é resultado das escolhas que você faz. As regras são mais ou menos assim: você escolhe e a vida responde. É um jogo onde você aprende com TUDO o que lhe acontece. Logo, não há motivos para julgar e tampouco condenar a si mesmo.

Agora, preste atenção! Se você estiver vivendo situações difíceis neste momento, entenda: a vida não está contra você! Você não está sendo punido ou castigado. Talvez seja a chance de perceber que suas escolhas não têm lhe trazido felicidade. Talvez você esteja aprendendo a descobrir aquilo que não quer mais escolher!

Tudo pode mudar se você escolher um caminho diferente! Sempre! Anotou? Pois acredite: sempre podemos aprender a viver melhor, a fazer escolhas que nos tragam mais alegria, felicidade, amor e prazer. É quando a vida se torna mais divertida. A vida foi criada para ser divertida! 

Você tem se divertido na vida? NÃÃÃO?! Se você quer mais leveza na sua vida, vai precisar aprender a aprimorar sua técnica de fazer escolhas.

Quando nos conhecemos melhor, vivemos melhor! O fato de conhecermos muito pouco do que se passa dentro de nós é o que nos leva a fazer escolhas inconscientes, que acabam atraindo em nossa direção uma vida tão confusa quanto nosso interior. 

Se você prestar atenção, talvez se perceba não sabendo do que gosta, ou do que quer, fazendo escolhas sem se dar conta do que está escolhendo e praticando ações que não queria, de fato, praticar.

Ora, se você não queria, mas acabou escolhendo, quem decidiu então? A explicação é que, se existisse um único "eu" dentro de você, isso não aconteceria. Você sempre saberia o que fazer, para onde ir e o que dizer. Mas há um monte de gente morando dentro de você!

Imagine agora que existam muitos "eus", todos eles morando neste mesmo espaço, aí dentro de você, agora mesmo. E mais: imagine que esses "eus" não conheçam uns aos outros, que tenham opiniões diferentes sobre suas escolhas de vida e que cada um queira determinar o caminho que você deve tomar.

Dá para imaginar a confusão? S-O-C-O-R-R-O! A boa notícia (sempre tem uma boa notícia) é que não precisa ser assim. Se você for capaz de reconhecê-los e souber como se comunicar com cada um deles, se ajudá-los a perceber as outras partes de você, então poderá fazer escolhas mais conscientes.

Acho que deu para perceber que o primeiro passo para uma vida mais feliz é conhecer "toda essa gente que mora dentro de você".

Que tal arregaçar as mangas e começar já?

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