Por que aprender uma língua estrangeira?
Texto escrito por Alex Spindler
Vamos começar podando “uma língua estrangeira” da
frase do título. Apesar de termos o argumento poético e diplomático de Nelson
Mandela de que ao falar a língua do seu interlocutor você fala com seu coração,
vamos deixar isso de lado. Mas, então, por que aprender? O ser humano aprende
desde que nasce e de certa forma, questões básicas como caminhar, fazer o
movimento de pinça com os dedos e fazer um churrasco no domingo são sim
questões de sobrevivência. De maneira genérica, aprendemos para viver. Sem
caminhar ou fazer exercícios teríamos morrido no mínimo de fome, isso se um
leão não nos tivesse achado primeiro; sem o movimento de pinça não
conseguiríamos nem usar um graveto para tirar mel de dentro de um tronco e,
finalmente, sem churrasco não teríamos evoluído o nosso cérebro – segundo algumas
teorias evolucionistas. Aprendemos então primeiro para sobreviver e depois
para ter prazer.
Perguntas com “por que” geralmente resultam em algo
bom. Tente você mesmo, mas não limite o seu pensamento ao perguntar, faça
pesquisas no seu próprio conhecimento de mundo, busque respostas nas suas próprias
reflexões. Exercite! Apesar de isso não ser incentivado nos meios escolares e acadêmicos,
esse filosofar promove um desenvolvimento intelectual, no mínimo, interessante.
Você pode até pensar em “besteira” que, mesmo assim garanto, vai ser algo
bacana de se correr atrás: “Por que tentamos incumbir nossas ideias nos outros?”;
foi o que passou pela minha cabeça nesse exato momento de metarreflexão, por
exemplo.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtKxu76-oGgmZ8LD9vGrltzlLxCmMb5aWg7PI40ovbStw5lf1fQ6V8XB4AgyyDCnt92Vf7jGllY8RDRfVT9tErepAB2hctBXEV4sMF3yfLmlB_tLX8RS0sw_QJLJ0zYEpWnlT27tUIn6wL/s320/Geill_sli.jpg)
Já imaginou tudo que criamos para ter prazer, para o
deleite de viver, a partir desses exemplos acima? Do caminhar veio o correr e
uma imensidão de exercícios físicos que se transformaram em esportes. Do
movimento de pinça, uma infinidade de objetos como celular, carro, casa - todos
extensões do corpo como disse Jorge Luis Borges e um também que não é extensão
do corpo, mas sim do pensamento – o livro! E o churrasco, bem, sem o fogo e o churrasco
do homem de Neanderthal não teríamos o strogonoff, a violinha e a feijoada.
Aprendemos para viver e vivemos para criar e ter
prazer. Gandhi, disse certa feita que deveríamos viver como se fôssemos morrer
amanhã e aprender como se fôssemos viver para sempre. A sua filosofia oriental
recupera valores importantíssimos do seu modo iluminado de ser que são confusos
para a nossa sociedade hipermoderna, individualista, em que tudo se encontra
compartimentado, dividido, e em que as ocasiões de viver são finais de semana,
férias e feriados. Viver de acordo com
Gandhi é viver com fome de aprender. Em busca da verdade e do bem comum. Agora,
você pode formular seu próprio caminho.
Então, por que aprender uma língua?
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