Professor Miguel Zabalza no Seminário Internacional de Educação
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Nesta segunda-feira, o Prof. Dr. Miguel Zabalza, de Santiago de Compostela, palestrou sobre interdisciplinaridade no XV Seminário Internacional de Educação da Universidade Feevale após a abertura do evento que contou com uma performance belíssima dos Visitadores - movimento Teatral Feevale - na qual a bolsista PET Evelin participou.
O prof. convidou-nos a refletir sobre o conceito de interdisciplinaridade ao introduzir sua fala explicou que há a necessidade de cuidar com possíveis aventuras interdisciplinares que uma instituição não pode suportar. Uma atividade interdisciplinaridade pressupõe profundidade equivalente de conhecimento de todas as disciplinas envolvidas para resolver situações complexas, portanto, em muitas vezes o que acontece é uma tentativa fracassada de interligar disciplinas diferentes.
Por exemplo, como propor a um grupo uma atividade interdisciplinar que trabalhe com a língua inglesa se os participantes do grupos não dominam este conteúdo? Os resultados serão lamentáveis.
Por sua vez, o que frequentemente é acusado como responsável pela má administração da interdisciplinaridade em organizações de ensino é a superficialidade na formação de professores. Portanto, o que ocorre muitas vezes nesse processo de ensino é que o professor transmite bem a interdisciplinaridade em seu discurso, mas não instrumentaliza seu aluno para que entenda o que fala, ou seja, o ensino se dá de forma satisfatória, mas a aprendizagem não. Se um professor em formação não compreende bem o que o professor universitário transmite em sua fala, o que chega ao aluno de ensino médio é ainda mais superficial. O que forma um ciclo que cada vez menos dá conta do recado.
O professor Miguel chama a atenção, também, para o valor da disciplina. Cada disciplina tem sua própria linguagem e sem este universo peculiar que as compõe não há a possibilidade de existir interdisciplinaridade. Além disso, quando um sujeito opta por se especializar em uma disciplina ela dá a ele um projeto de vida, porque se sente capaz e confiante.
Por outro lado, cada disciplina, por se tratar de um universo específico, molda o cérebro de quem a domina. Uma pessoa que domina a matemática tem um formato de cérebro completamente diferente de uma pessoa que domina a área da linguagem. E esta diferenciação é outra dificuldade para a organização de uma atividade interdisciplinar em termos de comunicação.
Porém, exemplificou o valor da disciplina quando bem aproveitada em seu "chão". Contou que foi visitar a cidade de São Paulo e quem apresentou a cidade para ele foi um arquiteto. Foi uma experiência única, pois o arquiteto viabilizou uma descrição jamais alcançável por leigo em função da forma que o profissional pensa sobre a cidade.
Com isso. quando se pensa em criar e executar um currículo interdisciplinar em uma universidade deve-se dar conta de romper com o individualismo acadêmico, promover o trabalho em equipe e a participação do professor em projetos.
Por fim, e "em definitiva", conclui afirmando que se a universidade possui um currículo interdisciplinar, isto é muito melhor do que possuir um currículo disciplinar. Mas, que, pelo menos em nosso currículo disciplinar, haja espaço para a interdisciplinaridade. Afinal, esta relação é um jogo de momentos: momentos interdisciplinares buscando se encaixar em momentos disciplinares.
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