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Mostrando postagens de junho, 2017

Schopenhauer e o pensamento próprio

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Ao leitor que não perde um minuto livre sem um livro nas mãos, atenção: as palavras de Arthur Schopenhauer (1788-1860) contidas no ensaio “Pensar por si mesmo” podem soar polêmicas ou até ofensivas.  O filósofo alemão, um crítico voraz da escrita e do pensamento de Hegel – o filósofo mais famoso na Alemanha àquela altura –, autoproclamado kantiano e mais reconhecido pela publicação de obras como  O mundo como vontade e representação (1819) e Parerga e Paralipomena (1851), dedicou alguns de seus ensaios à arte da escrita. É justamente em um destes, “Pensar por si mesmo”, que Schopenhauer estabelece uma espécie de hierarquia na qual coloca o pensamento próprio acima tanto da mera experiência quanto da leitura.  Por meio de diferentes comparações, o autor reduz a leitura a um mero substituto do pensamento próprio, uma solução apenas para quando a fonte dos pensamentos próprios seca, dizendo ainda que “renegar os pensamentos próprios, originais, para tomar um liv...

O psicólogo no contexto da saúde coletiva

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Quando se pensa em psicologia, geralmente vem à mente um consultório com duas poltronas, um sofá ou um divã. Costuma-se ter essa visão da psicologia, sendo ela de difícil acesso para a população mais carente. No entanto, esses profissionais são encontrados no contexto público para acesso de todas as pessoas, independentemente de raça, cor, credo ou nível econômico. Isso não é muito recente no Brasil e ocorreu após a reforma psiquiátrica, na qual os questionamentos e a luta de profissionais da saúde e da população sobre os modos de tratamento institucionalizadas em hospitais psiquiátricos surgiram em protestos. A partir dessa nova política, ocorreram muitas mudanças na Psicologia em conjunto com outras profissões relacionadas à saúde. Muitos profissionais passaram a se inserir em diversos lugares, objetivando acesso a todas as pessoas e visando tratamento mais humanizado, levando em consideração a pessoa, independentemente de seu transtorno mental. É dever do profissional que atua ...

O Mundo de Sofia

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“O Mundo de Sofia”, escrito em 1995 por Jostein Gaarden, conta a história de uma menina que está prestes a completar 15 anos, e que recebe, de forma misteriosa, cartas de um remetente desconhecido. A primeira delas contém, simplesmente, a seguinte pergunta: “Quem é você?”. Ao mesmo tempo, ela começa a receber cartões postais de um major do Líbano, mas este explica que, embora esteja se dirigindo à Sofia, as correspondências são destinadas à sua filha, Hilde, de quem Sofia não sabe absolutamente nada, mas a quem ela deve procurar a fim de entregar os postais. Sem entender por que as cartas e os postais estão vindo parar em sua caixa de correio, ela os vai lendo um após o outro. Somado a isso, há outro fato curioso: embora Sofia desconheça os remetentes, percebe que eles a conhecem muito bem. O autor da primeira carta revela que está enviando a ela um manual de Filosofia, o qual vai sendo contextualizado às vivências da própria Sofia. Inicialmente, o filósofo faz questionamentos...