O psicólogo no contexto da saúde coletiva

Quando se pensa em psicologia, geralmente vem à mente um consultório com duas poltronas, um sofá ou um divã. Costuma-se ter essa visão da psicologia, sendo ela de difícil acesso para a população mais carente. No entanto, esses profissionais são encontrados no contexto público para acesso de todas as pessoas, independentemente de raça, cor, credo ou nível econômico.

Isso não é muito recente no Brasil e ocorreu após a reforma psiquiátrica, na qual os questionamentos e a luta de profissionais da saúde e da população sobre os modos de tratamento institucionalizadas em hospitais psiquiátricos surgiram em protestos. A partir dessa nova política, ocorreram muitas mudanças na Psicologia em conjunto com outras profissões relacionadas à saúde. Muitos profissionais passaram a se inserir em diversos lugares, objetivando acesso a todas as pessoas e visando tratamento mais humanizado, levando em consideração a pessoa, independentemente de seu transtorno mental. É dever do profissional que atua na saúde coletiva ter compromisso social e criar estratégias para lidar com as várias demandas desses serviços, como psicoeducação, reinserção social, palestras, orientações e cuidados hospitalares.

No entanto, para se ter o serviço de saúde almejado, ou ao menos como é mostrado “no papel”, necessita-se muita mudança. Muitos profissionais precisam estar mais implicados na luta antimanicomial, ter consideração pela experiência de outras pessoas, estar mais implicado em um trabalho interdisciplinar e saber as reais necessidades dessas pessoas que buscam ajuda. Ainda hoje, são poucas as discussões nesse âmbito nos cursos de Psicologia no Brasil, principalmente sobre a atuação do Psicólogo no contexto público, estando o curso bastante enfatizado no consultório particular, mesmo que, hoje, muitos psicólogos estejam prestando serviço na saúde coletiva.


Texto: Gilson Leonardo Barth 

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